O triângulo da Inovação, do Empreendedorismo e da Atitude

(artigo publicado no Semanário SOL - 13 de Dezembro de 2013)

Um dos atuais sucessos de sustentabilidade do país é a capacidade de exportação das empresas nacionais, traduzindo-se num exemplo claro de Empreendedorismo nacional e de quem lidera a capacidade produtiva em Portugal. Esta é uma estratégia a continuar, contudo para um sucesso crescente, há a necessidade de criar escala.

A aposta na criação de um tecido empresarial robusto e diversificado, em particular na formação de novas empresas, tem um papel fundamental no garantir da renovação natural da capacidade de inovação e empreendorismo necessários ao Portugal empresarial. Esta estratégia assenta em três vértices de um triângulo de inovação: universidades, centros de incubação e pessoas.

As universidades têm um papel na sustentação do crescimento e do conhecimento individual e coletivo. Devem ser motores na abertura à realidade do mercado, sabendo transformar processos científicos em processos de ideias de aplicabilidade prática no mercado. É também aqui que a preparação das bases de gestão e desenvolvimento empresarial são transmitidas às pessoas, garantindo a contínua atualização de metodologias capazes de forma tornar os seus alunos (futuros profissionais) com as valências e vantagens competitivas necessárias para alcançar sucessos empresariais.

Os Centros de Incubação são a semente da futura empresa de sucesso, mas para isso têm não só ceder espaço aos criadores de ideias (potenciais empreendedores), mas serem capazes de enquadrar a preparação de uma verdadeira entrada no mercado empresarial. Para que tal possa ocorrer, o comprometimento e empenho dos Centros de Incubação no desenvolvimento da ideia e no transformar do projeto em empresa são bases essenciais para a criação de uma parceria de médio prazo. Esta não pode apenas assentar em formação, precisa de ser uma sociedade empreendedor e incubador, criadora de um verdadeiro investimento de médio prazo capaz de se preparar para rounds de investimento, retirando aí o retorno de investimento feito no projeto criado e garantindo a autonomia completa de quem durante os primeiros anos partilhou o desafio de Empreendedorismo. A demonstração de um comprometimento direto na Ideia estabelece desde logo uma confiança entre o empreendedor e o Centro.

Por fim as pessoas. Elas são o motor do projeto. Tal como num automóvel, um projeto não anda se não tiver um bom motor. Dito de outra forma, nem todas as pessoas têm condições para serem empreendedoras, mesmo que gostassem, à semelhança de que nem todos os automóveis têm motores capazes de ir para uma competição. Para tal, o potencial empreendedor tem de ter capacidades físicas e psicológicas fortes, capazes de ultrapassar as fases menos boas e potenciar as fases melhores de crescimento. Responsabilidade, resistência e resiliência  são características essenciais para enfrentar o nascimento de uma empresa.

Em conclusão, teremos a inovação, o empreendedorismo e a atitude como os outputs da universidade, dos centros de incubação e das pessoas. São estes os fundamentos e as bases capazes de mover uma ideia, um projeto e uma empresa para alcançar do sucesso. 

Comentários