FMI, a história de um Povo

(Artigo publicado em Jornal Online Odivelas.com
E aí está o FMI!
Porquê?
É simples: quando verificamos que os líderes, a burocracia e a improdutividade do nosso país são os factores beneficiados e vigentes ao longo de diversos anos, quer dizer que o futuro não é longínquo. E foi isso que aconteceu.

Como é que chegámos a este status quo instalado?
Também é simples! A política da "Cunha" e dos "Boys", de defesa das corporações, da eliminação de todas e quaisquer tentativas de Inovação e o bloqueio de intenções de meritocracias, são um sinónimo de um caminhar para uma sociedade amorfa e sem crescimento.
Adicionalmente chegámos também a este nível, dado que os líderes governamentais iludiam ou omitiam a verdade, acrescido que os portugueses tendem a ignorar as más notícias (ou de outra forma: a verdade) pois são "chatas", irritando-se com quem a verdade contava.

A época das dificuldades e da poupança para nos precavermos do futuro sempre incerto, havia terminado. Durante a época do cavaquismo tomaram-se algumas boas decisões (melhoria das infra-estruturas de comunicações, fundamentais para o crescimento), mas outras menos boas, nomeadamente o acabar ou definhar dos sectores primários (agricultura e pescas) e secundários (indústria). Durante esse período, e com a riqueza a prosperar oriunda de fundos supostamente fáceis, vários foram os que se aproveitaram em benefícios próprios de curto prazo, em vez de prepararem as suas empresas para o longo prazo, o da globalização.

A seguir veio o guterrismo onde a palavra de ordem foi o facilitismo! A famosa época do diálogo. Era fácil ter crédito, era fácil passar na escola, era fácil não fazer nada (introdução do rendimento mínimo), era fácil ter auto-estradas sem pagar (introdução das SCUT), era fácil ter emprego (a criação do conceito dos "Boys"). Em conclusão, foi uma época onde o incentivo ao trabalho e à responsabilização foram colocados no "quarto dos fundos"! Terminou ingloriamente com a famosa declaração do pântano.

Vieram posteriormente os poucos anos barrosistas e santanistas, onde ainda se procurou restabalecer alguma dignidade às estruturas e instituições, com alguns incentivos ao trabalho, com um dos mais lúcidos ministros que Portugal já teve: Bagão Felix. Contudo a pressão da  comunicação social (fortemente manietada), algumas actuações mais desastradas do santanismo e a ânsia do PS através do então Presidente da Republica Jorge Sampaio, acabaram com uma época onde se poderia ter dado algum equilíbrio a Portugal.

Finalmente apareceu a época socrática onde, se nos primeiros 2 anos a tomada de princípios fundamentais base auspiciava que finalmente o país teria um rumo, a dado momento tudo mudou. As tomadas de decisão começaram a não aparecer e a velocidade dos acontecimentos mundiais da globalização económica começou a ser estonteante, originando que  o governo começasse a jogar mais na táctica do curto prazo e do marketing político, do que nas acções estratégicas e de alinhamento estrutural da economia portuguesa. Em conclusão, os anos socráticos pouco "sumo" efectivo deram à nação, para além do aumento quase exponencial da dívida portuguesa, levando ao colapso financeiro em que nos encontramos actualmente.

Assim, e perante este estado de situações, vendo os credores que o país não se consegue governar, estes tiveram que nos enviar "os cobradores de fraque" (FMI e BCE) darem-nos uns "valentes puxões de orelhas", para ver se arrepiamos caminho!

Vai doer mais às pessoas? Pois... claro que vai. Mas quando não há outra forma de ver se nos endireitarmos, outros que nos ensinem e obriguem a sermos cumpridores e nos dêem lições de boa gestão, eficácia e eficiência.

Creio que as medidas que aí se avizinham são há muito tempo faladas, não sendo surpresa para ninguém, em particular o de se conseguir ganhar eficiência na máquina pesada que é a Administração Publica. São muitas as alternativas e as direcções, contudo há algumas que quanto a mim são críticas para uma efectiva reengenharia do Estado capazes de o tornar eficaz e, acima de tudo, eficiente:

1- Reavaliação das várias parcerias público-privadas.
a) Com isto não quer dizer que seja contra essas parcerias, contudo é fundamental reavaliá-las e equacioná-las mediante a necessidade das suas existências, bem como naquelas onde fará sentido a sua existência, definir claramente os seus objectivos e as suas métricas de avaliação, controlo e auditoria à sua prestação de serviços;

2- Garantir que os gestores públicos tenham responsabilização e medição dos seus objectivos, com penalidades e proveitos.
a) Quando falo em penalidades, falo em penalizar também judicialmente aqueles gestores que incumpram as regras legais.
b) Falo em despedir por justa causa aqueles gestores que não alcancem os objectivos definidos para as empresas.
c) Discordo das tentativas de limitar a um nível abaixo da média do mercado das remunerações destes gestores, desde que se implemente estas medidas de controlo e avaliação dos objectivos de gestão.

3- Reorganização de Empresas e Institutos Públicos
a) Já muito se tem falado neste tema, mas é uma realidade. Quantas histórias se conhece de institutos sem quaisquer funções, ou cujas actividades podem ser realizadas por outros institutos?
b) Incorporação de um administrador oriundo do Ministerio das Finanças, de forma a ter um mínimo necessário de garantia da existência de níveis de conhecimento financeiro e controlo de custos nessas organizações.

4- Flexibilização do emprego
a) A gestão de recursos humanos na Administração Pública tem sido demasiado condescendente com a incompetência. O despedimento de quem é incompetente, de quem não quer trabalhar deve ser uma direcção em todo o país, nomeadamente na própria Administração Pública. Há uma máxima que quanto a mim deve ser utilizada em termos de emprego: um patrão nunca quer deixar sair um bom trabalhador e um trabalhador nunca quer ser comandado por um mau patrão.

Outras medidas existem certamente, sendo que estas são talvez as que deverão estar no topo da lista. Os níveis de exigência devem ser muito superiores, e a nossa vida deverá ser nivelada em tudo para cima e não por baixo, isto é, pela mediocridade.

Em suma, deveremo-nos considerar como accionistas do nosso Estado, pelo que temos direito a ser bem governados, bem como direito a exigir em todo o lado essa boa governação do bem público. E... até podemos começar já hoje, isto é, começar por nós mesmos, sendo mais exigentes connosco e com os outros.

PS - num dos artigos escritos por alguém, que se diz politólogo, sobre a história do CDS, não me vou alongar, pois não merece que se perca tempo com quem não conhece a história, deturpando claramente a verdade do partido que tem sido provavelmente o mais verdadeiro em toda a história da democracia portuguesa.


Conflito nas alterações em 8 de Maio de 2011 21:27:59:
Titulo: FMI, a história de um Povo


E aí está o FMI!
Porquê?
É simples: quando verificamos que os líderes, a burocracia e a improdutividade do nosso país são os factores beneficiados e vigentes ao longo de diversos anos, quer dizer que o futuro não é longínquo. E foi isso que aconteceu.

Como é que chegámos a este status quo instalado?
Também é simples! A política da "Cunha" e dos "Boys", de defesa das corporações, da eliminação de todas e quaisquer tentativas de Inovação e o bloqueio de intenções de meritocracias, são um sinónimo de um caminhar para uma sociedade amorfa e sem crescimento.
Adicionalmente chegámos também a este nível, dado que os líderes governamentais iludiam ou omitiam a verdade, acrescido que os portugueses tendem a ignorar as más notícias (ou de outra forma: a verdade) pois são "chatas", irritando-se com quem a verdade contava.

A época das dificuldades e da poupança para nos precavermos do futuro sempre incerto, havia terminado. Durante a época do cavaquismo tomaram-se algumas boas decisões (melhoria das infra-estruturas de comunicações, fundamentais para o crescimento), mas outras menos boas, nomeadamente o acabar ou definhar dos sectores primários (agricultura e pescas) e secundários (indústria). Durante esse período, e com a riqueza a prosperar oriunda de fundos supostamente fáceis, vários foram os que se aproveitaram em benefícios próprios de curto prazo, em vez de prepararem as suas empresas para o longo prazo, o da globalização.

A seguir veio o guterrismo onde a palavra de ordem foi o facilitismo! A famosa época do diálogo. Era fácil ter crédito, era fácil passar na escola, era fácil não fazer nada (introdução do rendimento mínimo), era fácil ter auto-estradas sem pagar (introdução das SCUT), era fácil ter emprego (a criação do conceito dos "Boys"). Em conclusão, foi uma época onde o incentivo ao trabalho e à responsabilização foram colocados no "quarto dos fundos"! Terminou ingloriamente com a famosa declaração do pântano.

Vieram posteriormente os poucos anos barrosistas e santanistas, onde ainda se procurou restabalecer alguma dignidade às estruturas e instituições, com alguns incentivos ao trabalho, com um dos mais lúcidos ministros que Portugal já teve: Bagão Felix. Contudo a pressão da  comunicação social (fortemente manietada), algumas actuações mais desastradas do santanismo e a ânsia do PS através do então Presidente da Republica Jorge Sampaio, acabaram com uma época onde se poderia ter dado algum equilíbrio a Portugal.

Finalmente apareceu a época socrática onde, se nos primeiros 2 anos a tomada de princípios fundamentais base auspiciava que finalmente o país teria um rumo, a dado momento tudo mudou. As tomadas de decisão começaram a não aparecer e a velocidade dos acontecimentos mundiais da globalização económica começou a ser estonteante, originando que  o governo começasse a jogar mais na táctica do curto prazo e do marketing político, do que nas acções estratégicas e de alinhamento estrutural da economia portuguesa. Em conclusão, os anos socráticos pouco "sumo" efectivo deram à nação, para além do aumento quase exponencial da dívida portuguesa, levando ao colapso financeiro em que nos encontramos actualmente.

Assim, e perante este estado de situações, vendo os credores que o país não se consegue governar, estes tiveram que nos enviar "os cobradores de fraque" (FMI e BCE) darem-nos uns "valentes puxões de orelhas", para ver se arrepiamos caminho!

Vai doer mais às pessoas? Pois... claro que vai. Mas quando não há outra forma de ver se nos endireitarmos, outros que nos ensinem e obriguem a sermos cumpridores e nos dêem lições de boa gestão, eficácia e eficiência.

Creio que as medidas que aí se avizinham são há muito tempo faladas, não sendo surpresa para ninguém, em particular o de se conseguir ganhar eficiência na máquina pesada que é a Administração Publica. São muitas as alternativas e as direcções, contudo há algumas que quanto a mim são críticas para uma efectiva reengenharia do Estado capazes de o tornar eficaz e, acima de tudo, eficiente:

1- Reavaliação das várias parcerias público-privadas.
a) Com isto não quer dizer que seja contra essas parcerias, contudo é fundamental reavaliá-las e equacioná-las mediante a necessidade das suas existências, bem como naquelas onde fará sentido a sua existência, definir claramente os seus objectivos e as suas métricas de avaliação, controlo e auditoria à sua prestação de serviços;

2- Garantir que os gestores públicos tenham responsabilização e medição dos seus objectivos, com penalidades e proveitos.
a) Quando falo em penalidades, falo em penalizar também judicialmente aqueles gestores que incumpram as regras legais.
b) Falo em despedir por justa causa aqueles gestores que não alcancem os objectivos definidos para as empresas.
c) Discordo das tentativas de limitar a um nível abaixo da média do mercado das remunerações destes gestores, desde que se implemente estas medidas de controlo e avaliação dos objectivos de gestão.

3- Reorganização de Empresas e Institutos Públicos
a) Já muito se tem falado neste tema, mas é uma realidade. Quantas histórias se conhece de institutos sem quaisquer funções, ou cujas actividades podem ser realizadas por outros institutos?
b) Incorporação de um administrador oriundo do Ministerio das Finanças, de forma a ter um mínimo necessário de garantia da existência de níveis de conhecimento financeiro e controlo de custos nessas organizações.

4- Flexibilização do emprego
a) A gestão de recursos humanos na Administração Pública tem sido demasiado condescendente com a incompetência. O despedimento de quem é incompetente, de quem não quer trabalhar deve ser uma direcção em todo o país, nomeadamente na própria Administração Pública. Há uma máxima que quanto a mim deve ser utilizada em termos de emprego: um patrão nunca quer deixar sair um bom trabalhador e um trabalhador nunca quer ser comandado por um mau patrão.

Outras medidas existem certamente, sendo que estas são talvez as que deverão estar no topo da lista. Os níveis de exigência devem ser muito superiores, e a nossa vida deverá ser nivelada em tudo para cima e não por baixo, isto é, pela mediocridade.

Em suma, deveremo-nos considerar como accionistas do nosso Estado, pelo que temos direito a ser bem governados, bem como direito a exigir em todo o lado essa boa governação do bem público. E... até podemos começar já hoje, isto é, começar por nós mesmos, sendo mais exigentes connosco e com os outros.

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