Presidenciais, Campanha e porquê Cavaco?

No próximo dia 23 de Janeiro realizam-se as eleições para a escolha do próximo Presidente da República. A campanha oficial iniciou-se este Domingo, mas muita campanha já houve nos ultimes 2 meses, principalmente.

E… comprovou-se mais uma vez a razão pela qual as pessoas cada vez mais estão cansadas da política e dos políticos. A pouca discussão de ideias e a procura de “lavar roupa suja”, sem qualquer valor para os cidadãos, apenas dignas de serem escritas em pasquins sem qualquer valor.

O que as pessoas procuram é um rumo, é a discussão de ideias, é um conjunto de alternativas de esperança para a solução de repôr Portugal e os portugueses no caminho certo.

É por isso que considero que a maior desilusão destas eleições autárquicas foi precisamente Manuel Alegre, pois perdeu claramente a mensagem que teve há 5 anos, de alguém que estava por prazer, por devoção e pelas pessoas, passando a estar como os políticos críticos de uma oposição de extrema esquerda, isto é, a política da demagogia e do “bota a baixo” sem qualquer sustentação de ideias, atacando sem dignidade e sem elevação. Esqueceu-se das ideias e lembrou-se apenas de destruir.

Fernando Nobre será talvez uma leve passagem por este quadro das eleições, pois a inicial boa mensagem de alguém “não-político” esfumou-se também pela falta de trazer efectivamente a força da independência de alguém com vida ao serviço da sociedade. Creio que, mesmo com os parcos meios financeiros necessários para enfrentar umas eleições como estas, podia ter inovado e deixado uma verdadeira marca. Infelizmente o único candidato realmente independente não foi capaz de o fazer.

Francisco Lopes não é mais que a figura marioneta do PCP. A cassete é a mesma de sempre, sem novidades. As razões do discurso do “proletariado” continua a demonstrar que este PCP tenderá a pouco e pouco a definhar, se nada for feito, e Francisco Lopes é mais um exemplo disso.

Defensor de Moura acabou por ser aquele que mais animação trouxe. Tendo a técnica e a experiência de quem viveu numa região longínqua e que viveu fortemente das dificuldades da distância da capital. Mostrou força, dedicação, mas chegou apenas para agitar algumas bandeiras.

Por fim, há Cavaco Silva. Não é o presidente perfeito, mas é o homem mais sereno dos candidatos, aquele que aparenta uma maior seriedade. Conseguiu claramente demonstrar ser das poucas pessoas deste país a colocar algum juízo neste Governo. Fez o que pode. Devia ter feito mais? Sim, acho que sim, mas creio que essa limitação estava na preparação para o 2º mandato. Penso que sem esta limitação, Aníbal Cavaco Silva será mais interventivo, pois essa é a sua natureza.

Se com este Governo ou outro, a ver vamos. Cavaco Silva é sem dúvida o candidato que mais ideias tem passado, quase todas de forma estruturada. É por tudo isto que votarei Cavaco Silva. Não sendo o ideal, é o mais estruturado e com um rumo claro.

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