Portugal: Cultura da Facilidade


Cultura de futuro para Portugal: "A vida não tem dificuldades, são só facilidades!".

Esta é a mensagem de ordem que ao longo de vários anos se tem fomentado no Sistema Educativo Português. Evitar melhorar a qualidade e o nível de inteligência é a palavra de ordem.

O problema é que a Educação é um dos alicerces do futuro de um País. Se não se prepararem os jovens para desafios, para dificuldades, para a competitividade tornam-se os futuros responsáveis e dirigentes do país como fracos, moles e sem capacidade de pensar. Em conclusão, cria-se um País fraco, mole e amorfo.

Com isto não quero dizer que se deve colocar os jovens nos campos dos Rangers ou Comandos.

Quero dizer que se deve elevar a fasquia no nível de dificuldade do Ensino. O factor humano é avesso às dificuldades, pelo que normalmente coloca a fasquia por baixo, não se promovendo a Meritocracia e o elevar do nível de discurso.

O caso dos resultados dos Exames Nacionais deste ano é paradigmático deste discurso.

Como ficam aqueles alunos que foram dedicados, que se esforçaram, que são realmente excelentes no Ensino? Qual o sinal que se está a dar? Basicamente a criar um discurso de que não vale a pena esforçarem-se, pois nas provas finais o que interessa é passar.

O ensino está-se a transformar como que uma espécie de prova de atletismo, onde o corredor que está mais bem preparado e vai ganhar a prova, quando chega aos últimos metros lhe dizem para esperar pelos outros, por forma a ficarem todos perto uns dos outros para não parecer muito mal, para não parecer que há uns coitadinhos que não correm tão bem e todos batermos palmas quando todos cortarem a meta. Fica mais bonito na fotografia que no pódio, que não haja nem 2º, nem 3ºs lugares e fiquem todos em primeiro lugar. O que aconteceria ao atletismo? Morreria. Deixaria de se procurar bater sempre os recordes e não haveria competição.

A competição saudável no Ensino, bem como na Sociedade, é o que faz evoluir. É com a competitividade que as pessoas são obrigadas a fazer melhor, que as empresas são obrigadas a inovar e que o País evolui.

Deixemo-nos de ser o "Clube dos Bons Rapazes", do Politicamente correcto. Eu quero Portugal competitivo e não consigo compactuar com esta cultura de facilitismo.

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