Os 10 Mandamentos de um CIO

A modernização das empresas é cada vez mais um desafio para todas as direcções empresariais. Quem não o fizer de forma contínua e constantemente no actual mercado global cada vez mais competitivo está condenado.
Essa modernização passa naturalmente por formas optimizadas de melhorar os processos internos, como também pela criação de mais inovações com novos lançamentos de produtos e de serviços. Essa modernização necessita por isso de uma integração rápida de Tecnologias de Informação de ponta, contudo a dificuldade está em dotar as empresas com uma infra-estrutura que não estrangule os actuais e os novos desafios de negócio.
É por isso que actualmente os CIO enfrentam os novos dez mandamentos dos Sistemas de Informação para o século XXI:

Gerir a Explosão de Dados
– as fontes de informação que as empresas dispõem são cada vez mais e maiores. Os dados a armazenar hoje são de vários tipos e formatos, são vídeos, emails, estruturados e não estruturados e cada vez mais. O CIO tem de assegurar que a sua plataforma é escalável, permitindo gerir e questionar facilmente gigabytes, terabytes e em breve petabytes de informação.

É necessário disponibizar Informação em Tempo Real aos Decisores – a velocidade do negócio de hoje não se coaduna com decisões sem informação actual e rápida, pelo que é importante dar informação o mais actual possível. O tempo que intermeia entre os sistemas operacionais e os sistemas de suporte à decisão têm de estar cada vez mais próximos e, independentemente, do volume de dados em causa, as respostas dos sistemas têm de ser em segundos. Isto parece simples de imaginar, mas é talvez um dos desafios maiores para o CIO.

A informação tem de ser móvel – um cliente na China, um comercial que está na Argentina e um parceiro nos Estados Unidos têm de ter acesso à informação que necessitam no momento. A infraestrutura IT da empresa tem de estar preparada para dar essa informação de forma segura, independentemente dos “clientes” dessa informação estarem ou não ligados à rede (on-line e off-line mode). A escolha de uma plataforma móvel de integração com a empresa é essencial.

Baixo custo de Manutenção – a aquisição de novos sistemas implica pensar não só no custo inicial de aquisição, mas cada vez mais no seu custo de manutenção ao longo de vários anos. E quando se pensa em manutenção deve-se pensar não só no custo monetário anual de suporte do sistema (hardware ou software), mas também em tudo o resto, principalmente nas pessoas para o gerir e se é de fácil actualização.

Escolher entre Tecnologias Abertas e integração com Tecnologias Proprietárias - as constantes evoluções tecnológicas desafiam cada vez mais as empresas a escolher entre as novas tecnologias e novas aplicações, para que se continue a suportar a inovação do negócio da empresa. Saber escolher entre ter o poder completo sobre a aplicação que se tem e delegar esse poder noutros são escolhas decisivas para o futuro. O não dependender de um único fornecedor é essencial. A orientação acima de tudo é saber escolher standards para uma fácil integração, independentemente do tipo de tecnologia.

Fazer mais com menos – esta é a frase preferida de qualquer administração da empresa. O CIO tem de ter a criatividade para o fazer. Hoje a virtualização de ambientes permite precisamente ter vários servidores e reduzindo o hardware e consumos de energia. Cada vez mais SaaS (Software as a Service), Utility computing, Grid Computing e outros termos estarão em breve a apoiar este mandamente. O CIO deverá estar atento para perceber como e quando poderá adaptar os seus sistemas para reduzir a dimensão dos sistemas, disponibilizando mais e melhores funcionalidades.

Alinhamento com o Negócio – a base deste mandamento é e deverá ser de que as tecnologias de informação devem ser um suporte ao negócio. Quem lidera as necessidades é o negócio. As TIs de uma empresa deverão estar preparadas para responder aos desafios que lhes são lançadas e não o contrário. O negócio não pode parar, nem em termos operacionais, muito menos em termos estratégicos. E o time-to-market é essencial. A infra-estrutura IT numa empresa deverá ser flexível o suficiente para responder no arranque de novos produtos ou serviços e adaptar-se ao longo do ciclo de vida dos produtos e serviços, pois ao longo do tempo novas variáveis vão estando à disposição do negócio e o efeito de adaptação é essencial para o sucesso do negócio.

Contínua Inovação – 6 meses em informática é prevêr o futuro, 2 anos considero futurologia. A velocidade constante de inovações das soluções é por vezes inacreditável. O segredo está na renovação modular dos sistemas e aplicações, de forma estruturada e faseada e em ciclos iterativos. Erros comuns são estratégias de “big bang” (alteração total dos ambientes) ou tomadas de posição do “investi agora tem de se aguentar 4 anos para se actualizar”. A inovação tem de ser contínua, a adopção de novas tecnologias ou novas versões tem de ser constante, pois por vezes são pequenos pormenores que fazem a diferença e dão a vantagem competitiva em relação ao mercado.

Outsourcing ou Insourcing – esta é uma decisão dependente de estratégias globais da empresa. Do ponto de vista pessoal assustam-me contratos de longo prazo de outsourcing global de departamentos de informação, mas acredito que possam existir alguns sucessos derivados a sinergias que se consigam retirar ao nível das empresas prestadoras desses serviços. O desafio aqui é identificar quais as aplicações core do negócio. Destas depende o dia-a-dia da empresa em si, pelo que o know-how deverá ser interno. Novos desenvolvimentos aplicacionais são áreas alvo para contratar outsourcing. Tudo o resto poderá estar equilibrado entre recursos internos e externos da empresa. O importante é assegurar que o know-how de negócio está sempre residente na empresa.

Identificar o que é Estratégico e Operacional, Prioritário e Urgente – este mandamento aplica-se a tudo, inclusivé à nossa vida. Tal como McFarlan identificou os quadrantes TI de uma empresa, o CIO deve ter sempre em mente um modelo igual ou semelhante para a sua empresa, isto é, saber o que é estratégico, operacional, de suporte ou exploratórios. Mas talvez mais importante é mesmo perceber o que é prioritário de implementar do que é urgente que se implemente.

Comentários